sexta-feira, setembro 26, 2008

Releitura sobre Maturana.


Transformações na Convivência Segundo Maturana





Humberto Romesín Maturana é Ph.D. em Biologia, nasceu no Chile, estudou Medicina na Universidade do Chile e depois Biologia na Inglaterra e Estados Unidos.

Neste Semestre, através da interdisciplina Psicologia da Vida Adulta, ministrada pela Prof.ª Luciane M. Corte Real, ela nos relata sobre os estudos e pesquisas sobre o interesse de Maturana na compreensão do ser vivo e do funcionamento do sistema nervoso ao âmbito social humano. Muito dos textos e investigações de Maturana, foram realizadas em pareria com Francisco Varela.

Destaca um de seus livros, "A árvore do Conhecimento", que tem como tese central a idéia de vivemos no mundo e por isso fazemos parte dele e que vivemos com os outros seres vivos, e , portanto, compartilhamos com eles o processo vital. Contruímos o mundo em que vivemos ao longo de nossas vidas. Por sua vez, ele também nos constrói no decorrer dessa viagem comum. Assim, se vivemos e nos comportamos de um modo que torna insatisfatória a nossa qualidade de vida, a responsabilidade cabe a nós. Maturana e Varela mostram que não é pré-dado, e que o construímos ao longo de nossas interações. Eles afirmam a importância de nossos atos no mundo e na construção do mundo.

COMO É A CONVIVÊNCIA.

Que somos observadores, e identificamos determinados comportamentos a partir de nossas vivências ou melhor dizendo, de nossa inclusão num mundo de relações com filhos, companheiros, amigos , como professores e outros mais.

Entendendo Maturana quando se refere ao CONHECER. Uma das questões trazidas pelo autor é que estamos implicados em todas nossas relações, o que de certa forma, nos aponta a importância de sermos seres vivos em nosso universo de convivência.

O centro de argumentação de Matuana é constituído por três vertentes, sendo elas:

  • A primeira sustenta que o conhecimento não se limita ao processamento de informações oriundas do nosso próprio mundo anterior ( nosso momento de interação);
  • A segunda afirma que os seres vivos são autônomos e auto-produtores, que somos capazes de produzir componentes ao interagir com o meio; vivemos o conhecimento e nos conhecemos vivendo ( nossas ações);
  • E a última, é que não há descontinuidade entre o social, o humano e suas raízes biológicas( seu meio).

O CONITIVO:

A circulariedade autopoiética também pode ser pensada no encadeamento entre a ação e a experiência. "Todo fazer é um conhecer e todo conhecer é um fazer" (Maturana e Varela, 2002,p. 31).

" A Educação é um " processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamnte mais congruente com o outro" ( Maturana, 2001, p. 29). Segundo Maturana(2001, p. 43), qualquer relação social depende de assumirmos as capacidades do outro envolvido nessa relação, e, se isso não ocorrer, essa relação deixará de ser social. O educador precisa colocar-se no lugar do educando, tentando compreender suas dúvidas a fim de lhe dar as respostas de que está necessitando e que está preparado para ouvir. Diferentes verdades existem, como tantos sujeitos existem, e devem ser respeitados.

"[...] a realidade que vivemos depende do caminho explicativo que adotamos, e que este depende domínio emocional no qual nos encontramos no momento da explicação" (Maturana, 1999, p. 265). É a visão em que não há uma objetividade independente do observador para validar o explicar. Que nós estamos imersos na explicação.

O EMOCIONAR:

O emocionar se estabelece na convivência, adquirindo uma estabilidade que gera consensualidades. Se levarmos isso ao cotidiano das relações entre educadores e educandos, também podemos verificar que tais emoções condicionam posições frente à aprendizagem, facilitando-a ou dificultando-a.

No livro AMAR e BRINCAR, Maturana e Zooller (2004) fazem referência à importância de entender as alterações históricas do emocionar humano em relação com o crescimento das crianças.

A relação emoção-conduta também é tratada por outros autores, tais como: Damásio, neurobiólogo, que em seus estudos com pacientes lesionados cerebrais, aponta a importância da emoção em suas relações interpessoais.

E para concluir : " A cultura é uma rede fechada de conversações. As mudanças culturais acontecem como modificações das conversações nas redes coloquiais em que vivem as comunidades que se modificam. As mudanças se sustentam mediante alterações no emocionar dos membros da comunidade.

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